Amanhã, de novo

Amanhã, de novo encena uma transmissão de notícias disfuncional composta por diferentes segmentos que recriam e reagem a várias catástrofes diárias proeminentes da Palestina. Em vez de uma narrativa falada, o filme recorre a exibições emocionais e físicas exageradas, e utiliza testemunhos fragmentados e muitas vezes conflitantes, sósias, e uma linguagem visual surrealista para apelar às noções de verdade e ficção, e diferentes temporalidades. O elenco do filme vê dois protagonistas, os pais da artista, assumirem múltiplas identidades – de apresentadores a sujeitos de reportagem, a testemunhas oculares – resultando em uma fita de Möbius onde eles são os objetos, os espectadores, e o meio, que narram e consomem suas próprias histórias em um ciclo infinito. Ele explora o fenômeno do mutismo resultante do trauma, e as distorções cognitivas que vêm de viver em um constante estado de emergência; e o que acontece com a urgência quando ela se torna atemporal.

Mona Benyamin (n. 1997, Palestina; onde ela vive e trabalha) é uma artista visual e cineasta. Em seus trabalhos, explora perspectivas intergeracionais sobre esperança, trauma e questões de identidade, usando humor e ironia como ferramentas políticas de resistência e reflexão. Seus trabalhos recentes foram exibidos – entre outros – no MoMA, REDCAT, Sheffield DocFest, The Mosaic Rooms e Columbia University.

Palestina, 2023, 11’

diretora
Mona Benyamin